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Do Futebol

Blog de análise ao futebol: sério, irónico, crítico, construtivo, mas também intolerante para quem não tem princípios nem entende que a vida está muito para além dum pontapé numa bola.

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Blog de análise ao futebol: sério, irónico, crítico, construtivo, mas também intolerante para quem não tem princípios nem entende que a vida está muito para além dum pontapé numa bola.

LIGA DOS CAMPEÕES - SEGUNDA JORNADA

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O Porto ganhou de forma irrepreensível no Mónaco por 3-0. Fez uma exibição personalizada, impôs a classe dos seus jogadores e um ritmo de jogo oscilante que o adversário não entendeu. Mercê da venda dos seus melhores atletas por troca a jovens promessas oriundos de África e América Latina, o clube do principado baixou claramente o nível competitivo em relação ao ano transacto. Os monegascos parecem ter redescoberto a "fórmula Ajax", da qual também o Benfica tem sido fiel seguidor. 

 

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Falcão mostrou-se esforçado, esgotando-se no colombiano a capacidade atacante da equipa. Moutinho quer comandar o jogo da equipa, vai buscar bolas aos pés dos centrais para as ir colocar a meio metro dos laterais... E tudo lento, lento, lento: exasperante. Entre os atletas mais novos, alguns pareceram-me interessantes. O cerne da questão reside em que por cada lance bem definido, cometem dois ou três disparates logo após. Custos da juventude.

 

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Nos portugueses, gostei sobretudo da equipa, contudo, destaque-se pela positiva Felipe, Marega, Aboubakar e Brahimi. Não havendo exibições negativas, penso que Alex Teles precisa de ganhar maturidade na relação com os árbitros. Em Danilo começam a ser preocupantes as simulações por supostas faltas perigosas que a repetição televisiva logo desmascara. Rebola-se, grita supostamente de dor, esmurra a relva... até o árbitro mostrar o amarelo ao adversário. De seguida desata a correr como se nada se houvesse passado. Posto ser o portista ainda um jovem, seria bom corrigir a falta de respeito pelos adversários / colegas de profissão.

 

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Sérgio Conceição

Apesar do descalabro fente ao Besiktas, o treinador portista atravessa momento de euforia: no campo, tudo -- ou quase tudo -- lhe sai bem; nos discursos, procura mostrar-se elevado. Contudo, de tanto forçar a nota, baralha-se. Olhemos algumas das suas frases de ontem:

"Obviamente que não vou para dentro do campo, mas a estratégia é preparada por mim..."

Presunção dispensável (e algo ridícula) caro Marceneiro. Todos sabem quem prepara os jogos numa equipa de futebol. Deixa os atletas receberem os aplausos, o momento é deles. Os encómios lá te chegarão.

(...) por isso assumo sempre a responsabilidade nas derrotas".

Frase sem sentido repetida vezes sem conta pelos treinadores. Melhor fora que não assumissem a responsabilidade pelos fracassos... Perdão: com Jorge jesus a culpa é sempre dos jogadores.

Caros treinadores: parem de falar em responsabilidades, a menos que, na situação específica, o Marceneiro nos informe que reembolsou o clube pelo milhão e meio de euros que perdeu na primeira jornada. Escuta, Sérgio: és novo, traz um discurso também ele novo... se te for possível. Se o não fizeres, serás tragado na voracidade dos resultados.

"Hoje fomos um pouco mais expectantes no início de construção do Mónaco".

Em que parte do jogo tal sucedeu? Estavam com medo de quem? Do Moutinho?

 

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A partida de Basileia, onde o Benfica foi humilhado, requer um comentário prévio. Queira-se ou não, tratou-se de um mero jogo de futebol: a honra do país não foi manchada; nenhum terramoto abalou o espaço nacional; Portugal não entrou na bancarrota; ninguém morreu -- suponho -- por causa do resultado de ontem. Repito: foi um simples jogo de futebol, nada mais.

Analisemos então o que se passou.

Basileia foi o grito de alerta, sirene de perigo iminente lançado à nação benfiquista. Os encarnados, muito provavelmente, despediram-se da Europa por este ano, e, certamente, da Liga dos Campeões por um par deles... pelo menos, pois o campeonato, não parecendo, está perdido, e até o segundo lugar comprometido. Culpabilizar os jogadores é o mais fácil: por mim, recuso-me a fazê-lo, não porque retire as críticas que aos mesmos venho fazendo desde que iniciei este blog (ao contrário de muitos comentadores encartados pelas televisões que tanto endeusaram e agora vêm a correr criticar os atletas), antes porque me parece que o culpado número um é o presidente do Benfica. É sobre ele que devem recair as críticas dos aficcionados encarnados Curiosamente, até estaria de acordo com a política seguida, se Vieira tivesse o rasgo de coragem em advertir os sócios e apoiantes que, face à importância estrutural de reduzir o passivo, teriam de suportar um lustro (ou mais) sem conquistas significativas no futebol. O problema é que Vieira está a transformar-se num "dinossauro"; sabe que não o poderá fazer se quiser manter-se no cargo. Pelo meio, vai confiando na tão propagada estrutura, que, diga-se de passagem, acaba posta em causa, mais do que ninguém, pela sua própria pessoa. Em Vieira, começa a notar-se o principio da incompetência de Laurence J. Peter: "Num sistema hierárquico, todo funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência". Garanto-vos que a nenhum benfiquista custará mais do que a mim haver chegado a tal conclusão, todavia, é exactamente pelo amor ao Benfica que deveremos ser capazes de nos questionarmos acerca do rumo do clube/SAD. Apelarmos, berrarmos pela união, só nos vai atrasar no processo de compreendermos onde estamos e para onde queremos ir... Racionalmente, sem emoções nem pressões de "gorilas" ou imberbes (No Names ou quejandos a irem ao Seixal "exigir" justificações) aos gritos. Foi assim que o Homem pôde abandonar as cavernas.

 

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Do jogo direi que toda a equipa esteve mal, desde o colectivo até aos erros individuais, porém, tal é irrelevante agora. Como resolver tão agudo problema? É preciso dar um safanão, oiço dizer entre os comentadores. Qual safanão? O presidente demitir-se? Impossível. Rui Vitória demitir-se? Pouco provável. A equipa praticar bom futebol? Não vejo como. Contratar novos jogadores? Só se estiverem desempregados. Aparecerem novas caras na equipa? Com Vitória ???... A conclusão é simples: a época, do ponto de vista futebolístico, está perdida. Vieira que venha explicar o que pensa fazer... sem subterfúgios nem acusações parolas; de preferência como um pai falaria com os filhos adultos.

 

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Rui Vitória

Deixou que o empurrassem para ser parte do problema. Defeitos próprios afastam-no do leque de soluções. Rui será, muito provavelmente, um ser humano extraordinário, contudo, incapaz de navegar em águas revoltas. Prefere o mar chão; fala de união e de solidariedade da mesma forma que respira, isto é, com autenticidade. Por muito que me custe, votaria no seu afastamento, porque, como ele diz noutro contexto: " Por vezes, há que pôr uma pedra no lugar do coração" (Notável, pelo humanismo demonstrado, o artigo na Bola online "Rui Vitória conta história com mais de 13 anos a propósito de guarda-redes").

Note-se que não creio em milagres. Nenhum treinador porá futebolistas banais a jogarem futebol de topo. É, talvez, a lei da vida, que nos faz acreditar que há sempre uma esperança.

 

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O Sporting perdeu com o Barcelona, da mesma forma que o havia feito por quatro vezes, com Real Madrid e Dortmund, no ano transacto, isto é, com vitória moral. Não vi o jogo, antes os vários resumos elaborados pelas realizações das várias operadoras de televisão. Admito que possa estar errado, contudo, pelo que observei, se o Sporting poderia ter marcado algum golo, o Barcelona justificaria três ou quatro. Compreendo que era o colosso catalão quem a Alvalade se deslocou, porém, se asumirmos previamente a "derrota honrosa", melhor faríamos em não competir.

Não gostei que os comentadores culpassem Coates (também fui central, sei o que custa um auto-golo): a bola apareceu-lhe de repente no peito e... é o preço de estar em campo.

 

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Jorge Jesus

O homem trata os jornalistas como se fossem atrasados mentais, embora se possa dizer que também estes se põem a jeito, tal a subserviência que demonstram durante as conferências de imprensa. O treinador dos leões, ar de professor, debitou umas quantas banalidades tácticas que qualquer estudante da disciplina de futebol aprende no primeiro semestre da faculdade, ante profissionais de informação acéfalos que parecem babados a ouvir um líder de uma qualquer seita religiosa: Jorge para aqui... Jorge para ali... E, em resposta, tu jogas... tu ganhas... tu pensas na táctica... tu... tu... tu...

Patético.

  

CURIOSIDADES... OU TALVEZ NÃO.

 

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Timo Werner, avançado do Leipzig, pediu para sair à meia-hora do jogo em casa do Besiktas. Afirmou, posteriormente, ser incapaz de se concentrar na partida, posto o barulho ensurdecedor dos adepos turcos. E, na verdade, nem com tampões nos ouvidos aceitou continuar em campo. 

Problema de audição ou de mentalidade competitiva?

 

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Mauricio Pochettino, treinador do Tottenham, disse estar «apaixonado» por Harry Kane, avançado que marcou três golos diante do Apoel. Insatisfeito ou duvidoso de que as suas palavras fossem correctamente entendidas, reafirmou: "A minha mulher e a dele até já têm ciúmes de nós".

Mauricinho, Mauricinho... vê lá no que te metes.

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