Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Do Futebol

Blog de análise ao futebol: sério, irónico, crítico, construtivo, mas também intolerante para quem não tem princípios nem entende que a vida está muito para além dum pontapé numa bola.

Do Futebol

Blog de análise ao futebol: sério, irónico, crítico, construtivo, mas também intolerante para quem não tem princípios nem entende que a vida está muito para além dum pontapé numa bola.

BENFICA - B. DORTMUND

 1024.jpg

 

Não vale a pena chover no molhado: fomos felizes! Raramente vi, no corrente ano, mellhor futebol do que o interpretado pela equipa alemã no Estádio da Luz, a qual reduziu o Benfica à sua pequenez, à vulgaridade do futebol praticado em Portugal.

O sucedido ontem à noite acontece uma em cem vezes. Não nos iludamos. Até acredito que possamos vencer a eliminatória num "outro jogo": enfiar-nos-emos à entrada da nossa área, confiaremos que os deuses voltem a estar connosco, marcaremos, por um qualquer bambúrrio de sorte, um golito, e, no final, diremos que "controlámos o jogo e a eliminatória". Ou não: sofreremos o primeiro golo bem cedo, ao intervalo estaremos a levar três, e, no fim, arranjaremos um qualquer "se", que nos fará sobreviver para atacar o campeonato indígena.

Face à paupérrima exibição do Benfica, urge questionar: tem Vieira um projecto que redimensione desportivamente o nosso clube no plano europeu? Sem Jonas, o único jogador de classe mundial a actuar em Portugal; sem Gonçalo Guedes, talento vendido precocemente, que vale o Benfica? Pouco, muito pouco, à mercê das extraordinárias faculdades de Ederson.

Voltemos atrás: qual o projecto desportivo do Benfica? Melhorar, profissionalizar a estrutura. Até aí... O financeiro é óbvio: formar, vender, baixar a dívida. Funciona? Sim... enquanto da Academia sairem portugueses como André, Cancelo, Bernardo, Cavaleiro, Costa, Sanches, Guedes. E, de fora, estrangeiros como Oblak e Lindelof. Jogadores maduros? Gaitán e... um deserto, assumindo que Jonas não sairá. Faz-me lembrar o grande Ajax. Que aconteceu aos holandeses quando o filão Gullit, Rijkard, Van Basten, Bergkamp terminou? Fizeram dinheiro? Sim. Evoluíram no plano desportivo? Não! Foram condenados à mediocridade.

Pergunto-me: aguentar-se-á Vieira quando da Academia não surgirem "puros-sangue"? Quando a equipa perder dois campeonatos sucessivos? Quando na formação principal se incluirem não mais do que jogadores banalíssimos como Pizzi e André Almeida; jovens sem escola à procura de afirmação como Semedo ou Cervi; veteranos como Luisão e Eliseu; individualistas sem produtividade como Sálvio; apostas inconsequentes como Carrilho? 

Restarão Fejsa, Zivkovic, Ederson e Mitroglou. Se ao primeiro se auguram fortes contrariedades face à sua realidade física, qualquer um dos outros três tem o estatuto de "vendável" em prole do projecto financeiro. 

"Apostamos na formação e na internacionalização", diz Vieira: a formação é como os melões; a internacionalização traz poderio, não títulos desportivos. As vitórias presentes vão mascarando a falta de projectos desportivos. Acreditar que o dinheiro nos trará o céu, é uma questão de fé, e não me parece que Deus se imiscua nesta coisa do pontapé na bola. Dizer que queremos o tetra ou  a champions league não chega. Se o primeiro está tremido, o segundo nem nos nossos melhores sonhos.  Em que ficamos, sr. presidente?

A bem da nação!

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2017
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub